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A exposição de Walney de Almeida, Geometria da Cor, estará no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, no período de 03 de maio a 03 de junho, mostrando a conduta pelo universo da arte concreta.

Convivendo intimamente com a escala Pantone, os relevos, as texturas e as diversas gramaturas de papéis desde seus os tempos de incursão pela propaganda, ele elegeu o design gráfico para desenvolver a maioria de seus projetos. Sem dúvida o uso contínuo do tiralinhas, da régua, do compasso e dos esquadros na era da prancheta, colaborou muito para a preferência do geometrismo abstrato.

Embora o artista passe pelo rigor no exercício contínuo do geometrismo, tem seu apoio principal na escolhas das cores, onde consegue harmonizar seus trabalhos com despojada elegância sem violentar o espaço da construção.

Sua proposta de trabalho retorna as exatidões da construção, como também, pela desconstrução do geometrismo como fizeram os grandes construtivistas, como podemos citar: Piet Mondrian, Kazimir Malevitch, Jesus Soto e Cruz-Diez, Sergio Camargo, Amílcar de Castro, Sacilotto, Lothar Charoux e Willys de Castro.

Possui ainda um invejável virtuosismo na apresentação dos seus projetos organizando com aparente disciplina sua conduta artística, tanto nas pinturas e objetos sobre madeira, como também, nos desenhos sobre cartão.

Por gostar muito de marcenaria, Walney demonstra facilidade em manipular a madeira, onde aplica cortes ousados para a formação de relevos atraentes, nos permitindo visualizar um belo conjunto de formas geométricas.



GEOMETRIA DA COR,
por Cláudio Valério Teicxeira, Secretário Municipal de Cultura

"Conheço e acompanho o trabalho de Walney de Almeida há muito tempo. No início da década de 1980, tivemos a oportunidade de trabalhar em vários projetos de exposições, em que Walney era o responsável pelo planejamento gráfico de livros, catálogo e demais impressos. Exercia esse ofício com um olhar permanentemente artístico - como deve ser - o que distinguia seu trabalho daqueles baseados na mera aplicação técnica.

Walney de Almeida desde muito jovem já se encontrava envolvido nesse universo profissional: sua experiência remonta à idade de 14-15 anos, quando realizava tarefas na clicheria Latte-Mayer, onde conheceu o processo da litografia - matriz feita a partir de uma placa de pedra - e, também nessa época, teve contato com a grande novidade recém chegada ao Brasil: o processo de impressão em offset.

É nesse meio que Walney de Almeida vai adquirindo experiência e exercitando sua paixão pelas cores, pelas formas, pela organização dos espaços e vazios, na disciplina das pranchetas e oficinas. E é nesse ambiente que nasce o artista plástico, que opta formalmente por uma produção geométrica, abstrata, onde a cor e a forma constituem corpos indivisíveis.

Não é incomum o interesse de muitos artista geométricos pelo campo das artes gráficas, afinal são universos que se cruza e se atraem. Muitos adquirem sua formação a partir desse ofício ou são abduzidos por ele. Vale lembrar, neste caso, o exemplo do trabalho realizado no Jornal do Brasil por Amilcar de castro, na década de 1950, quando o artista concebeu a nova personalidade gráfica para o histórico período.

Quando se fala em abstração geométrica, muitos ainda insistem em imaginar uma arte de caráter cartesiano, de fatura intelectual. A arte de Walney, contudo, não subjuga à geometria fria; ao contrário, os campos de cor ali contidos conferem às suas obras momentos de tensão e ritmo, elementos fundamentais na fruição de seus trabalhos.

Walney de Almeida não trabalha com assistentes. Toda a tarefa de construção das obras, inclusive os objetos, onde a marcenaria exercida é complexa, é realizada pelo próprio artista. E isso é importante pois, muitas vezes, desse fazer nascem as soluções plásticas e inteligência formal de sua arte. Dali, daquele trabalho exaustivo com a matéria, brota a poética, a geometria sensível deste artista. "



WALNEY DE ALMEIDA

Walney Iniciou a trajetória de trabalho em 1958 com o tio João na empresa Latt-Mayer, uma das principais clicherias do Brasil, dirigida por gráficos alemães. A experiência adquirida por Walney nesta fase da sua vida foi de extrema importância para sua carreira, que futuramente se iniciaria na publicidade.

Após a baixa do serviço militar, em 1962, fez alguns cursos de desenho técnico, entre eles a escola do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). Neste mesmo ano ingressou na publicidade por indicação de seu irmão Jacy, na época produtor gráfico da agência Denison Propaganda, pertencente à maior loja de varejo de roupas do país, o grupo Ducal. Os quase oito anos de trabalho na Denison foram fundamentais.

No início da década de 1970, Walney participou com maior envolvimento do universo das galerias de arte, especialmente da Petit Galerie, na rua Barão da Torre, em Ipanema. Ainda na década de 1970, outra boa recordação foi sua passagem pelo Renascença Clube, no bairro do Andaraí. No departamento cultural do clube, junto a diversos amigos Walney desenvolveu considerável trabalho, contribuindo para o enriquecimento da cena artística e musical carioca.

Em 1972 participou da montagem da peça "Orfeu Negro", cujos direitos foram gentilmente cedidos ao clube pelo autor Vinicius de Moraes, foi certamente um marco desta fase. Posteriormente, numa manobra mais ousada, foi montada no Teatro Tereza Raquel, localizado na rua Siqueira Campos, em Copacabana.

Em 1979, retorna ao mercado publicitário deixando o Fotolito Bene. ?No período em que organizava a nova empresa trabalhou em sua casa. No mesmo ano, fundou a Art house Planejamento Visual na rua Augusto Severo, na Lapa. Já em 1987, com o crescimento da empresa, que adquiriu perfil de agência de publicidade, mudou-se para uma ampla casa em Botafogo, na rua Tereza Guimarães.

Em 1988, fez parte do histórico projeto de comemoração do Centenário da Abolição da Escravatura 1888-1998, assinando a criação da marca. Outro projeto marcante na trajetória de Walney foi a elaboração das peças gráficas para o Comitê Paraolímpico Brasileiro, nas Paraolimpíadas, nas edições de Atlanta (EUA, 1996) e de Sydney (Austrália, 2000) na ocasião elaborada pela equipe da Art House.

A partir de 2002, retomou os estudos iniciais para a pintura, tendo como referência principal a Abstração geométrica, tema que sempre admirou.


SERVIÇO

Geometria da Cor – Walney de Almeida
Data: 04 de maio a 03 de junho
Abertura: 03 de maio
Gratuito
Local: Centro Cultural Paschoal Carlos Magno
Galeria Quirino Campofiorito e Sala Hilda Campofiorito
Rua Lopes Trovão, s/nº, Icaraí.

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Publicado em 10/02/2013

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