Um capixaba fomentando a literatura em Niterói. Luiz Antonio Barros, professor e 44ª cadeira da Academia Niteroiense de Letras, nasceu em 25 de julho de 1946 em Vitória, no Espírito Santo. Entretanto, aos três anos de idade, sua família se mudou para o estado do Rio, passando por algumas cidades até finalmente fixar residência em Niterói.

Ao longo da vida acadêmica, Luíz experimentou alguns caminhos profissionais. Ainda novo, fez um curso Técnico em Contabilidade, carreira para a qual nunca se sentiu vocacionado. Ainda em 1962, se formou em Teoria Musical pelo Conservatório Brasileiro de Música. Em 1965, ingressou na Faculdade de Direito de Niterói, a qual cursou apenas até o segundo ano. Dois anos depois, entre 1967 e 1970, Luiz estudou no curso de Letras da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Ainda no primeiro período da graduação, o autor começou a lecionar em diversas escolas públicas e privadas. Alguns exemplos são o Instituto de Educação "Clélia Nanci", em São Gonçalo, de 1969 a 1996, onde, além de professor, desempenhou a função de coordenador de Língua Portuguesa; Colégio Estadual Henrique Lage (1976-1994), da Escola Estadual Joaquim Távora (1997-1998), do Instituto Gay-Lussac (1978-1985), do Curso Acadêmico (1985-1995), do SENAC-Niterói (1971 – 1995), dentre outros. Em 1998, fez o curso de especialização em Psicopedagogia na Universidade Cândido Mendes.

Clique para ampliar
No mundo editorial, Luiz se mostrou um grande escritor e pesquisador da língua portuguesa. Em 1986, junto do professor Paulo Roberto Poppe, publicou o livro didático "Lendo, pensando e redigindo em língua portuguesa", pela SEGEL, editora do Instituto Gay-Lussac; em 1999, o autor publicou, em parceria, o paradidático "Língua portuguesa: instrumento e ação", obra dividida em dois volumes e destinada ao Ensino Médio, Edição de Autores (Niterói); no ano seguinte, em 2000, publicou, em parceria, o livro paradidático "Conto de escola (e muito mais…)", uma coletânea de contos de Machado de Assis, publicados pela EDG, de Niterói.

Em 2008, o escritor lançou "Dicionário de ditados, provérbios, alusões, citações e paródias", pela Nitpress; Em 2009, Luiz colaborou na edição crítica da 2ª edição do livro "Vida apertada", obra de Luiz Leitão organizada pelo professor Roberto S. Kahlmeyer-Mertens e publicada pela Nitpress; no ano seguinte, em 2010, participou da produção de algumas obras: organizou a antologia "Viagem literária através do Estado do Rio" e produziu o glossário e as notas de "Sonetos", de Sylvio Figueiredo e Luiz Leitão, e de "Aprendendo português com a Bíblia", todos publicados pela Nitpress; além disso, em 2013, publicou "José Cândido de Carvalho - Coronéis, Bergantins e Mafagafes" (Coleção Introdução aos Clássicos Fluminenses, Nitpress, 2013).

Organizou, juntamente com Luiz Augusto Erthal, a antologia "O amor segundo Luís Antônio Pimentel", publicada pela Nitpress em 2012. A antologia traz glossário e notas de sua autoria.

Clique para ampliar
Outro destaque na sua carreira de escritor é o desenvolvimento de "Niterói pede passagem - Antologia de uma Cidade". Publicada pela Niterói Livros, selo da Secretaria Municipal das Culturas de Niterói e da Fundação de Arte de Niterói, a obra mostra a dimensão da cidade no ambiente literário nacional e a sua importância como fonte de inspiração para poetas, romancistas e contistas.

No livro, Luiz organiza obras de imortais de diversas épocas. Machado de Assis escreveu sobre as noites ao luar em São Domingos a necessidade de construção de uma "ponte de ferro" até o Rio. Adelino Magalhães celebrou o bonde puxado a burro até o Barreto e o gosto dos motorneiros pela cachaça. Casimiro de Abreu era um assíduo frequentador de Niterói: ele namorava uma jovem de São Domingos e atravessava a Baía de Guanabara de canoa para vê-la... numa dessas jornadas em busca de sua amada ele escreveu o poema "Flores". E a obra mostra que até Chacrinha teve uma relação especial com Niterói: seu apelido surgiu quando ele trabalhava na Rádio Clube Fluminense, que funcionava numa pequena chácara em Icaraí. O programa ficou conhecido como "Cassino da Chacrinha".

Outros grandes nomes que compõem a antologia são Antônio Callado, Olavo Bilac, Machado de Assis, Clarice Lispector, Vinicius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Luís Antônio Pimentel, entre tantos outros destacados escritores brasileiros. Além disso, todos os textos vêm acompanhados de belas imagens produzidas por cerca de 20 profissionais da Sociedade Fluminense de Fotografia.

Em 2010, recebeu as medalhas "Joaquim Nabuco", conferida pelo Instituto Histórico e Geográfico de Niterói, e a da Associação Fluminense de Belas Artes; Foi também agraciado com o certificado de "Personalidade 2010", outorgado pelo Instituto Histórico e Geográfico de Niterói. Eleito em outubro de 2010, ocupa na Academia Niteroiense de Letras a cadeira 44, patronímica de Melchíades Picanço.











Publicado em 23/11/2022

Orígenes
Rafael Vicente
Antonio Parreiras (1860-1937) Leia mais ...
Emanuel Monjardim
Thereza Brunet
Pinto Bandeira (1863-1896) Leia mais ...
Cândida Boechat
Ítalo Campofiorito (1933-2020) Leia mais ...
Anna Letycia Quadros (1929-2018) Leia mais ...