A Sala Nelson Pereira dos Santos recebe no primeiro fim de semana de março, 7 e 8, às 20h, o rapper Emicida lançando seu mais novo trabalho, AmarElo que, em 11 faixas, exalta as coisas simples da vida e conecta as pessoas pelo o que elas têm em comum, usando o amor como ponte. No repertório canções do CD como "Principia", "A Ordem Natural das Coisas", "Pequenas Alegrias da Vida Adulta", "Paisagem", "Cananéia, Iguape, Ilha Comprida", "Ismália", "Eminência Parda", "AmarElo" e "Silêncio", além de clássicos do seu repertório.

Para um mundo em decomposição, Emicida optou por escrever como quem manda cartas de amor. O resultado desse exercício é AmarElo, em que ele propõe um olhar sobre a grandeza da humanidade. Com o título inspirado em um poema de Paulo Leminski (amar é um elo | entre o azul | e o amarelo), o artista busca - ao longo das 11 faixas - reunir heranças, referências e particularidades encontradas na magnitude da música brasileira e aplicar a elas olhares e aprendizados que acumulou desde o lançamento da sua primeira (e clássica) mixtape "Pra Quem Já Mordeu um Cachorro por Comida Até Que Eu Cheguei Longe" (2009).

Usando o rap como fio condutor, Emicida soma o clássico ao moderno em uma incursão que ele ousa chamar de neo-samba, também responsável por elevá-lo ao mesmo patamar dos grandes mestres.

AmarElo traz em sua capa uma imagem feita pela fotógrafa e ativista Claudia Andujar. "Tem criança de 8 anos sendo baleada pelo Estado", introduz Emicida. "Ter três crianças indígenas na capa, num período em que estão vendo a sua cultura e o seu modo de vida ameaçados, é colocá-las para encarar o Brasil dizendo: 'sério mesmo? vai acontecer tudo de novo?", explica.

A outra inspiração foi a capa do disco Stakes is High, do grupo americano de rap De La Soul. O trabalho é tido, nos Estados Unidos, como uma fórmula anti-gangsta de se fazer rap. E AmarElo também tem muito disso. "O rap é compreendido por um estereótipo que é o mesmo dado às pessoas pretas, como a raiva e a pobreza. Muitas vezes, o discurso das músicas corroborou com isso. Por mais que a denúncia seja valiosa, ela achata a experiência e não faz justiça a tudo o que somos. Em AmarElo, a gente foge desse espectro previsível do que o rap pode ser", finaliza Emicida.


SERVIÇO

Emicida apresenta AmarElo
Data: 07 e 08 de março de 2020
Horário: sábado e domingo, 20h
Ingressos: R$ 80,00 (inteira) | R$ 40 (meia)

Local: Sala Nelson Pereira dos Santos
Endereço: Av. Visconde do Rio Branco, 880 - São Domingos
Telefone: 971 400 379


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Publicado em 20/02/2020

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