Em 1994, a Fundação de Arte de Niterói, por meio da editora Niterói Livros, publicou em segunda edição, a obra de Everardo Backheuser. "Minha terra e minha vida", que relata a memória da cidade de Niterói em crônicas publicadas no Jornal do Estado, editadas pela primeira vez em 1942.

Descrevendo aspectos e personagens da cidade na virada do século XX, Backheuser narra lembranças de sua infância, a chácara onde morava e onde sua mãe mantinha uma escola, o trajeto diário de bonde e barca até a escola no Centro do Rio, as festas e os amigos, que se tornaram figuras ilustres de sua cidade natal. A edição da Niterói Livros é acompanhada de notas elucidativas de Emmanuel Macedo Soares.


Editorial

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O projeto editorial Niterói Livros cumpre mais uma vez seus objetivos históricos e culturais. A segunda edição de Minha terra e minha vida de Evarardo Backheuser nos enche de orgulho e satisfação. Obra memorialística, não deixa de constituir importante contribuição para a historiografia niteroiense dada a eloquência com que testemunha a virada do século em nossa cidade.

Nascido no bairro Santa Rosa, Niterói, Backheuser destacou-se como jornalista, engenheiro e professor. Da ascendência germânica paterna herdou a disciplina e o raciocínio analítico que lhe permitiram incursionar pelos domínios da geografia, geopolítica, mineralogia, geologia e pedagogia. Pelo lado materno, a influência latina temperou-lhe o caráter conferindo-lhe jovialidade, tenacidade e paixão pela vida, como atestam todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo.

Sua pungente personalidade reflete-se no estilo desse livro, enriquecido, agora, pelas elucidativas notas de Emmanuel de Macedo Soares. A primeira edição data de 1942. Trata-se, na realidade, de uma compilação de crônicas publicadas primitivamente no Jornal O Estado, de Niterói. Esgotado há décadas, o livro tornou-se alvo de disputas, procurado ansiosamente em sebos e livrarias particulares. Estamos muito felizes por tornar acessível ao público tão preciosa obra.

João Sampaio
Prefeito de Niterói


Texto da Orelha

Reaparece este punhado de reminiscências, graças ao consagrado prefeito João Sampaio, ao seu inspirado secretário para a cultura, professor Italo Campofiorito, e ao imaginoso presidente Luiz Antonio Mello, da FUNIARTE.

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Na Pena ilustre de Everardo Backheuser, aqui está Niterói, cidade do seu berço e do seu amor – livro que vem a ser, em toda a verdade, um documento de integração espiritual na terra. Mas não pense o leitor em amor Louvaminheiro, cândido, ingênuo; o que estas páginas refletem não é apenas, como diria Raul Pompéia, uma "crônica de saudades". Mais que isso – Porque saudade, aqui, não é suspiro literário ou a simples nota evocativa, que deixa ver aquela fímbria de melancolia, capaz, não raro, de comover sem convencer. Backheuser não chora na página.

Explica-se: estas memórias são antes o fruto de sua consciência do fato histórico que o produto de uma técnica de escritores cronista.

Como memorialista substancioso - e não só descritivo – ele está entre os que por força do seu sentido de compromisso com o passado – compromisso forte e largo – fazem do expediente de evocar as coisas e as criaturas um meio de servir a comunidade com a memória construtiva e dinâmica, não só nas reproduções fies ou nos instantâneos pitorescos, mas ainda na reflexão crítica, embora muitas vezes apenas implícita. Assim nos vêm o perfil do meio urbano, o registro discreto, aqui ou ali, de certa ambiência rural, tipos de vida, de gente, de gosto – tudo a formar o painel das realidades inconfundíveis. Daí o alcance social deste volume, de sabor autobiográfico antes de mais.

Sirvo-me da palavra sabor exatamente porque desejo e devo acentuar que o engenheiro, o historiador, o geólogo, o educador, o geógrafo, o antropólogo – todos eles severos na sua metodologia e consigo mesmos – não fizeram secar no retratista da praia grande a comunicabilidade rápida, A simpatia verbal. Aqui temos sua palavra lisa, leve, límpida; palavra amena e simples – como a alma da terra.

Verá o leitor que este livro nos faz bem – à inteligência e ai coração.

Marcos Almir Madeira



Ficha Técnica

Obra
Contos V

Organizadora
Graça Porto

Ano de Edição
1994

Número de páginas
371

Margareth da Luz Coelho
Editoria

Ana Maria Paiva e Luiz Carlos Veiga
Revisão

Emmanuel de Macedo Soares
Notas

Alexandre Porto
Índice

Renata Calvacanti
Pesquisa

Gerson Lessa e Felipe Eduardo
Capa

Ficha Institucional

Luiz Antonio de Farias Mello
Presidente da Fundação de Arte de Niterói

Ivan Macedo Vianna
Direção executiva (Niterói Livros)

Margareth da Luz Coelho e Maria Auxiliadora Silveira
Direção Editorial (Niterói Livros)


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